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Se divertindo, Rayssa Leal se torna a medalhista mais nova do Brasil na história

Rayssa Leal, a Fadinha, é medalhista mais jovem em 85 anos de Jogos (Wander Roberto/COB)

Não importando a hora e nem o lugar, foi apenas mais um dia fazendo aquilo que mais se ama. Essa foi a sensação que a jovem Rayssa Leal, de apenas 13 anos, ao menos, externou para os milhões de espectadores que acompanharam, na madrugada desta segunda-feira (26), a disputa do skate street feminino nas Olimpíadas de Tóquio-2020

Rayssa se divertiu e fez milhões se divertirem, roubando a cena dos Jogos Olímpicos até aqui. Com sorriso de uma ponta até a outra e deslizando com leveza sobre obstáculos de grande dificuldade, a jovem maranhense demonstrava extrema descontração enquanto fazia história sobre as rodinhas: Rayssa é a atleta mais nova a subir num pódio olímpico defendendo o Brasil. 

Foi contagiante, pela inocência, espontaneidade e carisma. Em vários momentos, a Fadinha parecia apenas estar se divertindo com as amigas, fazendo dancinhas e rindo com outras competidoras. Mais do que isso, competiu no momento certo, se levantou depois de cair, sorriu muito e acabou dando um brilho especial à final do skate street feminino. 

Por que Rayssa tem o apelido de fadinha? 

Apesar da pouca idade, a trajetória da vice campeã olímpica não se construiu da noite para o dia. O apelido nasceu em 2015, quando, com apenas 7 anos, Rayssa conseguiu viralizar um vídeo seu andando de skate. Além da pouca idade, o vídeo explodiu na internet porque Rayssa estava literalmente fantasiada de fada enquanto fazia manobras tradicionais do esporte. 

O comportamento inusual da jovem diante da pressão de um evento dessa magnitude não era em tom desrespeitoso à maior competição esportiva mundial. Foi apenas um jeito encontrado pela menina para aliviar a tensão dos Jogos – em conversa com jornalistas na zona mista do Ariake Urban Sports Park, logo após conquistar a medalha de prata, Raissa revelou que acredita ter um desempenho melhor quando está nesse estado de espírito. 

O pódio do skate street feminino 

O pódio do skate street feminino foi dividido por três meninas que, juntas, somam 42 anos. Mesmo em meio a outras competidores mais experientes, foram as meninas de 13 anos que subiram nos dois mais altos lugares do pódio. Primeiro a atleta japonesa Momiji Nishiya, com 15,26 pontos, depois a brasileira, com 14,64 pontos. O bronze ficou para a também nipónica Funa Nakayama, de 16 anos, com 14,49.

Responsável pela segunda medalha de prata do Brasil na capital japonesa (a primeira foi de Kelvin Hoefler, no skate street masculino) Raissa é a dona de um novo recorde nacional, mas também entrou para o rol de medalhistas mais jovens da história das Olimpíadas – sendo a mais jovem dos Jogos em 85 anos. 

Confira a lista dos medalhistas olímpicos mais jovens da história dos Jogos: 

1 – Dimitrios Loundras (Grécia): Ginástica em equipe – bronze em Atenas 1896 – 10 anos e 218 dias

2 – Luigina Giavotti (Itália): Ginástica em equipe – prata em Amsterdã 1928 – 11 anos e 302 dias

3 – Inge Sorensen (Dinamarca): Natação – bronze em Berlim 1936 – 12 anos e 24 dias

4 – Ines Vercesi (Itália): Ginástica em equipe – prata em Amsterdã 1928 – 12 anos e 217 dias

5 – Noël Vandernotte (França): Remo – dois bronzes em Berlim 1936 – 12 anos e 233 dias de idade

6 – Clara Marangoni (Itália): Ginástica em equipe – Amsterdã 1928 – 12 anos e 270 dias

7 – Rayssa Leal (Brasil): Skate street – Tóquio 2020 – 13 anos e 203 dias

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